Baiano ganha concurso de fotografia do Museu do Futebol com o tema A Várzea e o Futebol

Em um dia de sol, em meio à vegetação, meninos descalços brincam de jogar futebol no chão de terra batida. Essa cena, relativamente comum, poderia passar desapercebida, mas virou poesia através das lentes do fotógrafo baiano Edson Carvalho, primeiro colocado do Concurso de Fotografia do Museu do Futebol 2024. Carla Carniel e Caio Evangelista Luis de Souza, ambos de São Paulo, ficaram com a segunda e a terceira posições, respectivamente. O Museu é uma instituição da Secretaria da Cultura, Economia e Indústria Criativas do Governo de São Paulo.

Além dos três, outros 17 fotógrafos, entre profissionais e amadores, também serão contemplados na premiação. Os valores variam de R$ 500,00 a R$ 2 mil. Os escolhidos concorreram com mais de 170 inscritos e passaram pelo crivo de uma comissão julgadora formada por Alexandre Battibugli, fotógrafo e editor de fotografia da revista Placar; Diego Viñas, jornalista, pesquisador e curador da exposição Vozes da Várzea; Emerson Prata, Assistente de Formação e Conteúdo do Núcleo Educativo do Museu; Maíra Correa Machado, coordenadora de Exposições e Programação Cultural do Museu do Futebol.

Entre os contemplados estão fotógrafos de vários estados: Minas Gerais, Rio Grande do Sul, São Paulo, Ceará, Amazonas, Paraná e Bahia.

A várzea e o futebol

O tema deste ano buscou a valorização do futebol de várzea, comum nas periferias, nos centros urbanos, no campo coberto por grama ou terra. Partidas protagonizadas por mulheres, homens, jovens, crianças, adultos, pessoas com deficiência, as imagens selecionadas reforçaram a presença do esporte na socialização de pessoas de todas as idades, em diferentes contextos geográficos, um retrato da popularidade do futebol no Brasil.

Coloridas e em preto e branco, o conjunto de imagens selecionado pelo concurso narra a várzea de muitas maneiras. Além de fotos de meninos jogando em terrenos improvisados, há o retrato de torcedores, meninas enfrentando os meninos em campo, sombra dos atletas em quadra. De longa distância ou de perto, os registros vão além do futebol, trazendo cenários diversos. Ao fundo é possível conferir casas de palafitas, o mar, a vegetação, uma fábrica e até um arco-íris se formando no céu.

Várzea é o termo usado em São Paulo para o futebol amador, mas no Brasil há muitas outras formas de se referir ao jogo como pelada, racha, rachão, baba. Vale ressaltar que mesmo não profissionalizado essas partidas deram origem a campeonatos que perduram por décadas, com direito a premiações e prestígio.