O olhar sereno e a calma para disparar flechas transformaram Luan Assis, de apenas 15 anos, no nome mais promissor do tiro com arco baiano. Morador de Pirajá, em Salvador, o estudante chegou às quartas de final dos Jogos da Juventude 2025, em Brasília, e alcançou o melhor resultado do Estado na competição nacional.
A conquista não veio com medalha, mas com algo ainda maior: a certeza de que o caminho está aberto. Luan foi eliminado em um duelo acirrado contra Wudson Lucas, atleta da Seleção Brasileira de Base, após vencer com autoridade sua oitava de final diante de um representante do Ceará. Antes disso, já havia feito história na classificatória, batendo o próprio recorde baiano com 508 pontos.
O início da trajetória tem cenário peculiar: o Parque de São Bartolomeu, onde o garoto se encantou pela modalidade ao ver arqueiros treinando. Foi ali que começou, em 2023, os primeiros tiros, que depois virariam rotina sob orientação dos treinadores Anderson Nascimento e Aline Kastner. Hoje, além de liderar o ranking estadual sub-18, Luan soma títulos e já sonha com a Seleção Brasileira.
Apoiado pelo Bolsa Esporte, programa do Governo do Estado, o jovem divide o tempo entre os treinos e os estudos no Colégio Municipal Alexandrina Santos Pita, em Salvador. Para ele, a disciplina é o combustível.
“O nervosismo estava grande, mas consegui superar. Estou muito feliz. Agora, é continuar treinando para seguir o meu sonho, que é chegar na Seleção Brasileira”
O feito foi celebrado pelo chefe da delegação baiana, Álvaro Oliveira, que destacou a relevância histórica. “Esse é o melhor resultado de um baiano no tiro com arco nos Jogos da Juventude. É um nome para ficar de olho”, afirmou. O técnico Fábio Damasceno reforça: “Ele é tranquilo, esforçado e vai longe. Motivou até a mim a buscar mais especialização”.
Luan encerra sua primeira participação nacional no top 8 do país, mas já volta a Salvador com novos planos: seguir treinando todos os dias, em Pirajá e nos clubes, para transformar o sonho em realidade. Um menino que encontrou no arco e flecha um destino improvável, mas certeiro: colocar a Bahia no mapa da modalidade.