A cada ano, quando a EA Sports lança um novo jogo da sua franquia de futebol, carrego uma frustração silenciosa: a ausência realista dos times brasileiros. Desde o FIFA 16 não vejo meus clubes favoritos com elencos autênticos, escudos licenciados e uniformes atualizados. Mesmo com algumas aparições nas versões recentes, elas se limitam a nomes genéricos e jogadores irreconhecíveis. Agora, com os rumores em torno do FC 26, essa ausência pode finalmente ter um ponto final. A possibilidade de voltar a jogar com os times brasileiros completos, como eram antes, reacende não só a nostalgia, mas também o envolvimento com o game.
O retorno parece estar sendo construído a partir de uma reestruturação das negociações. No Brasil, diferentemente da Europa, os direitos de imagem dos atletas são tratados de forma individual, exigência da Lei Pelé. Isso sempre dificultou a presença oficial dos clubes no jogo, já que não é possível fechar um único contrato com uma liga nacional. Com a formação dos blocos Libra e LFU (Liga Forte União), os clubes passaram a ter representação coletiva, o que abriu caminho para a proposta da EA à CBF — que hoje está sob avaliação. Se for aceita, a tendência é que não apenas os times, mas também a Seleção Brasileira retornem com todos os elementos licenciados.
O que me chama atenção nesse processo é o potencial de impacto no mercado de games no Brasil. A ausência dos clubes locais sempre deixou o jogo com um vazio para o público brasileiro. A concorrência, como o E-Football, conseguiu avançar ao fechar acordos individualizados. Agora, com a EA retomando esse movimento, há a expectativa de que pelo menos 12 clubes da Série A estejam presentes já no FC 26. Nomes como Corinthians, Vasco, Fluminense e Internacional aparecem nos rumores divulgados por perfis especializados como o FUTSheriff e o FGZ News, reforçando que as negociações estão avançando.
Ainda é cedo para comemorar, mas como jogador e torcedor, fico atento a cada novo vazamento e especulação. A proposta nas mãos da CBF e o interesse declarado por parte das ligas mostram que a volta está próxima, mesmo que parcial. Se tudo caminhar como previsto, a edição 2026 pode marcar um novo capítulo no relacionamento entre os jogadores brasileiros e o game. Ter meus clubes no jogo, com atletas reais e identidade visual respeitada, vai além da diversão — é também reconhecimento cultural e de mercado.