Na vida

Mulheres que lutam e combatem a violência de gênero em Salvador

Iniciativa no bairro de Mussurunga combate a violência de gênero e estimula o empreendedorismo social feminino

Publicado

em

Às 6h da manhã, enquanto boa parte da cidade ainda acorda, 55 mulheres já estão em movimento — de pés descalços e olhos atentos, numa aula que é, ao mesmo tempo, de autodefesa e autoconfiança. O que começou como um projeto modesto, com apenas 20 vagas previstas, tornou-se um movimento de força e superação. Assim nasceu o “Mulheres que Lutam”, iniciativa voltada a mulheres acima dos 45 anos, que promove aulas gratuitas de artes marciais no bairro de Mussurunga, em Salvador.

A proposta, desenvolvida com recursos do edital Elas à Frente do Esporte, do Governo da Bahia, propõe uma reconfiguração do papel da mulher madura na sociedade como agente de transformação da sociedade. Ao mesclar atividade física, controle emocional e consciência crítica sobre a violência de gênero, o projeto firma-se como política pública eficaz de desenvolvimento social, prevenção à violência e estímulo ao empreendedorismo comunitário.

“Amei a aula. Esse projeto veio para arrasar e fazer a diferença para muitas mulheres. Mostrar que podemos lutar e nos exercitar independentemente da idade e da nossa rotina

As palavras são de Rosicleide Silva, uma das participantes. Ela e outras mulheres participam fas aulas até o mês de junho, quando um novo grupo será formado. O ciclo é de três meses e, no fim das contas, serve para estimular quem participou do trimestre de aulas, bem como oportunizar novas alunas formando quatro turmas por ano — dando continuidade à proposta. Evandro Nascimento, presidente da Federação Baiana de Jiu-Jitsu e MMA (FBJJMMA), destaca que o esporte pode se tornar um canal de acesso, acolhimento e inclusão.

“As mulheres que estão sendo atendidas são mães de família, que trabalham em casa ou fora. Por isso, o horário. Mesmo assim elas estarão lá firmes e fortes praticando sua atividade física e participando da interação social.”

Juliana Camões, coordenadora do Núcleo Mais Mulheres no Esporte, afirma que é importante haver um espaço para as mulheres se informarem e adquirirem consciência de situações de violência.

“Elas vão poder combater qualquer situação de vulnerabilidade que se encontre em razão da violência contra elas.”

A ação se insere em um contexto maior: o edital Elas à Frente do Esporte investe R$ 2,1 milhões na promoção do esporte feminino, incluindo materiais, uniformes e capacitação de profissionais. Segundo a secretária de Políticas para Mulheres, Neusa Cadore, trata-se de uma política de visibilidade e transformação:

Isso significa criar oportunidades que transformem a realidade de milhares de mulheres e suas famílias, promovendo inclusão e dignidade.”

O projeto é, também, uma aula de empreendedorismo social. Ao cuidarem de si, elas criam redes de apoio e pertencimento, multiplicam o conhecimento adquirido, e tornam-se exemplos em suas comunidades. Um modelo de ação replicável, inclusivo e transformador. As Mulheres que Lutam estão aí para mostrar que nunca é tarde para cerrar os punhos, estender os braços, e fazer do mundo um lugar melhor – e mais seguro – para as elas viverem.

1 Comentário

  1. Ana Paula dos Santos Mendes

    março 13, 2025 at 7:52 am

    Eu preciso e acho muito importante fazer as aulas de defesa pessoal para mheres..pq hoje o feminicidio está virando modinha … então nós mulheres temos que saber como nos defender desses homem narcisistas ordinário geração tóxica agressores impiedosos machistas sem amor e sem coração….esses monstros precisam ser punidos severamente..pela justiça e por Deus.

Deixe uma resposta

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Mais lidas

Sair da versão mobile