O Paris Saint-Germain enfim escreveu seu nome no topo do futebol europeu. E o fez com autoridade, intensidade e um futebol coletivo de altíssimo nível, que deixou para trás os tempos em que o clube apostava em nomes galácticos, mas caía antes da glória. Neste sábado, o PSG goleou a Inter de Milão por 5 a 0, em Munique, e conquistou a Champions League pela primeira vez em sua história — um feito incontestável.
O troféu veio em uma final que refletiu toda a campanha sólida da equipe comandada por Luis Enrique. Com posse de bola, marcação alta e pressão constante, o PSG não deu espaço para os italianos respirarem. O placar foi construído com naturalidade: Hakimi abriu o caminho aos 10 minutos, após cruzamento do jovem Desiré Doué, que ampliaria nove minutos depois. O intervalo chegou com o 2 a 0 no placar, mas o roteiro seguiria implacável.
Na segunda etapa, mais uma atuação avassaladora. Doué marcou novamente aos 17 minutos e saiu ovacionado logo depois. Kvaratskhelia e Mayulu fecharam a conta com gols aos 27 e 40 minutos. Um placar histórico — a maior goleada já registrada em finais da Liga dos Campeões — e espelho da diferença técnica e tática vista em campo: foram 23 finalizações contra 8, e 8 grandes chances criadas, diante de apenas uma da Inter.
O símbolo maior da conquista foi mesmo Doué. Com apenas 19 anos, o meia-atacante assumiu o protagonismo que antes se esperava de Messi, Neymar ou Mbappé, e mostrou maturidade de veterano em uma noite perfeita. Dois gols, uma assistência e a consagração como herói da maior vitória do clube.
Também brilhou o técnico Luis Enrique, campeão europeu com o Barcelona há dez anos e agora novamente no topo. Ele superou os fantasmas do passado recente do PSG, e também construiu uma equipe menos estrelada e mais funcional. Ao final da partida, se emocionou ao lembrar da filha Xana, falecida em 2019, e reforçou que o futebol, para além de táticas, também é feito de pessoas e suas histórias.
Outro personagem marcante foi Marquinhos, capitão brasileiro e remanescente da final perdida em 2020. Coube a ele erguer o tão sonhado troféu, repetindo o feito de Marcelo pelo Real Madrid. O zagueiro brasileiro encarna a virada de chave de um clube que aprendeu com seus erros. Ao contrário de temporadas passadas, a conquista não veio dos pés de um craque midiático, mas de um conjunto formado por jovens com fome de vitória. Paris, enfim, é campeã da Europa.