O técnico Leonardo Jardim fez um desabafo contundente após o empate do Cruzeiro com o Palmeiras, pelo Brasileirão. Visivelmente frustrado, o treinador português criticou a arbitragem de Rafael Klein e colocou em dúvida a continuidade de seu trabalho no país.
“A alegria que eu tenho tido no Brasil está começando a se igualar à frustração. Se vale a pena continuar, quando na realidade não somos nós que controlamos os jogos? Eu fico extremamente frustrado”, declarou Jardim, que chegou ao Cruzeiro no início da temporada e vinha mantendo discurso equilibrado mesmo em momentos de pressão.
Durante a coletiva, o técnico questionou critérios da arbitragem em lances decisivos — entre eles, a expulsão de Fabrício Bruno e a falta de punição mais severa a Gustavo Gómez, do Palmeiras. “Muitas coisas aconteceram. Desde o Kaiki com o lábio inchado sem o jogo parar, até a expulsão injusta do Fabrício. Há uma dualidade de critérios clara”, afirmou.
Em tom mais reflexivo, Jardim lembrou que, ao aceitar o desafio no futebol brasileiro, ouviu o aviso de que “as coisas aqui eram diferentes”. “Disseram-me ‘bem-vindo ao Brasil’, mas eu não quero isto para mim. Gosto de controlar o jogo e ver os resultados sendo decididos pelos jogadores, não por fatores externos”, criticou.
O treinador ainda revelou uma conversa com Gabigol, em que foi questionado se o Brasil estava entre suas melhores experiências internacionais. A resposta foi direta: “Não. Enquanto tivermos um conjunto de amadores arbitrando profissionais, sem sindicato forte e com um calendário caótico, o futebol brasileiro não entrará no top 5”.
A declaração acontece às vésperas do duelo com o Vitória, neste sábado (1), em Salvador — um confronto decisivo para os dois times na reta final do campeonato.