O Campeonato Brasileiro é conhecido por sua competitividade e equilíbrio, tanto que encerrou a temporada 2024 com disputas acirradas pelo título e pela permanência na elite até a última rodada. Mas um dado do campeonato preocupa: os artilheiros da competição apresentam os piores números entre 16 ligas nacionais analisadas ao longo dos últimos dez anos.
De acordo com um levantamento do Torcedores.com, os maiores goleadores do Brasileirão marcaram, em média, apenas 0,57 gol por partida no período entre 2015 e 2024. Esse número é inferior à média global de 0,77 e coloca o Brasil atrás de ligas consideradas menos expressivas, como as da Colômbia, México e Argentina. No topo do ranking, o Campeonato Saudita apresenta média de 0,96 gol por jogo, seguido por ligas tradicionais como a Alemã (0,95) e a Francesa (0,93).
A performance dos artilheiros brasileiros reflete um declínio no protagonismo ofensivo. Em 2024, por exemplo, Estêvão, do Palmeiras, lidera a artilharia com 12 gols em 27 jogos, uma média de 0,44 gol por partida – a mais baixa registrada nos últimos dez anos. O único a superar a média global foi Gabigol, em 2019, com 0,86 gol por jogo defendendo o Flamengo. Para efeito de comparação, Robert Lewandowski alcançou a marca impressionante de 1,41 gol por partida no Campeonato Alemão 2020/2021.
O estudo ainda aponta que, em nove das últimas dez edições, a média dos artilheiros do Brasileirão ficou abaixo da média global, evidenciando uma tendência que preocupa. O que explica essa diferença? A estrutura tática mais defensiva, a saída precoce de talentos para o exterior e a menor frequência de goleadores decisivos podem estar entre as razões.
Se por um lado sobra emoção no Brasileirão, falta o brilho de goleadores capazes de protagonizar jornadas históricas. Para o torcedor brasileiro, resta a expectativa de que futuros craques possam reverter essa estatística e devolver ao Brasil o status de celeiro de grandes artilheiros.