O retorno de Neymar ao Santos, em contrato assinado no fim de janeiro, trouxe consigo uma engenharia financeira ousada. Em cinco meses de vínculo, o craque tem garantia mínima de R$ 105 milhões, independentemente da arrecadação do clube. O valor inclui salário bruto de R$ 4,14 milhões por mês e R$ 85 milhões vinculados à exploração de imagem e projetos de marketing.
O acordo prevê que 75% das receitas geradas por novos patrocínios após a chegada do camisa 10 sejam repassadas a ele, ficando apenas 25% com o clube. A divisão continua válida até junho de 2025, mesmo após o fim do contrato, desde que os acordos tenham sido firmados até 30 de junho de 2024.
Até aqui, o Santos conseguiu ampliar suas receitas em R$ 66 milhões, dos quais R$ 49,5 milhões iriam para Neymar — cerca da metade da meta contratual. A expectativa é que esse número chegue a R$ 73 milhões com novos contratos. Caso o clube não alcance a arrecadação esperada, será obrigado a pagar o valor restante com recursos próprios.
A diretoria santista, no entanto, mantém o otimismo. Receitas paralelas têm ajudado na conta: o programa Sócio Rei teve salto de R$ 2,5 milhões para R$ 4,2 milhões mensais, o que pode render R$ 20 milhões extras ao ano. Também entram na equação os ganhos com conteúdo digital, estimados em R$ 11 milhões para 2025, e uma porcentagem sobre patrocínios pessoais de Neymar.
Apesar das cláusulas contratuais imporem alto risco financeiro, a aposta do Santos é de que a presença do ídolo gere retorno esportivo e mercadológico suficiente para cobrir o investimento. O clube e a empresa de Neymar, a NR Sports, preferiram não comentar os termos do acordo, que permanece sob cláusulas de confidencialidade.