O que parecia improvável aconteceu na madrugada desta quarta-feira (10). Pela primeira vez na história, a Seleção Brasileira Feminina venceu os Estados Unidos em território norte-americano. E não foi apenas uma vitória: foi uma virada com autoridade, emoção e futebol envolvente, por 2 a 1, no PayPal Park, em San Jose, na Califórnia.
O feito quebra um tabu incômodo: até então, foram 12 confrontos nos EUA com 12 derrotas brasileiras. A nova geração da Amarelinha, no entanto, mostrou que os tempos estão mudando. Comandado por Arthur Elias, o Brasil deu uma aula de personalidade e organização, principalmente no segundo tempo, quando tomou conta do jogo e neutralizou completamente as tetracampeãs mundiais.
O jogo começou em ritmo acelerado. Antes do primeiro minuto, os Estados Unidos abriram o placar com Macario, brasileira naturalizada norte-americana. O golpe rápido poderia abalar qualquer equipe, mas não essa. Sem perder o controle, a Seleção reagiu com coragem e inteligência, criando boas oportunidades até que, aos 23 minutos, Kerolin marcou um golaço por cobertura após passe preciso de Gio.
O empate acendeu ainda mais o Brasil, que quase virou ainda no primeiro tempo. As entradas de Luany e Mariza anteciparam a virada de postura da equipe, que passou a dominar com intensidade e marcação alta. Na volta do intervalo, o Brasil foi absoluto. A Seleção controlou as ações, impediu qualquer articulação das norte-americanas e empilhou chances de gol. A movimentação ofensiva de jogadoras como Gio, Gabi Portilho e Kerolin foi essencial para manter o jogo no campo adversário. A zagueira Isa Haas, segura e combativa, foi outro destaque da partida.
Quando tudo parecia caminhar para o empate, Arthur Elias fez mais duas mudanças aos 47 do segundo tempo. E elas mudaram tudo. Em contra-ataque mortal, Jheniffer lançou Luany, que cruzou para Amanda Gutierres marcar o gol da vitória aos 50 minutos, sacramentando um triunfo épico, de um time que se recusa a aceitar o papel de coadjuvante. O trabalho de renovação, iniciado por Arthur Elias, começa a dar frutos visíveis — e animadores. Com a Copa do Mundo de 2027 no horizonte, o recado está dado: o Brasil quer — e pode — ser protagonista.