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Na vida

Cafu, o capitão que nunca desistiu: nova biografia revela bastidores da lenda do futebol brasileiro

Em “A Saga Cafu”, jornalista Mariah Morais narra a jornada inspiradora do menino de Jardim Irene até o topo do mundo com a camisa da Seleção

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De um campo de terra batida em Jardim Irene à eternidade como capitão da Seleção Brasileira, a trajetória de Marcos Evangelista de Morais, o Cafu, é contada com emoção e profundidade na recém-lançada biografia A Saga Cafu: O Grande Sonho. Escrito pela jornalista Mariah Morais, o livro mergulha nas origens humildes e na perseverança que moldaram o jogador que mais vezes vestiu a camisa amarela da Seleção.

Publicado pela Trend Editora, o livro se destaca não apenas pelo resgate histórico de uma das maiores figuras do nosso futebol, mas também pelo formato multimídia, com QR codes que dão acesso a vídeos e depoimentos de amigos, familiares e craques como Aritana. O conteúdo aproxima o leitor do personagem e oferece uma experiência sensorial que complementa a narrativa textual.

A obra vai além das conquistas em campo e revela o peso emocional de quem foi recusado nove vezes antes de assinar com o São Paulo. Cafu teve que superar o trauma de um atropelamento e o estigma de vir da periferia para alcançar o ápice do futebol mundial: disputou três finais de Copa do Mundo consecutivas (1994, 1998 e 2002) e venceu duas delas. Sua fala sobre as negativas recebidas — “Todas as noites, antes de dormir, eu fazia questão de esquecer as negativas que recebia” — traduz o espírito resiliente que inspirou gerações.

Mariah Morais faz sua estreia como biógrafa justamente com o personagem que ela considera o maior desafio da carreira. Cafu é a síntese do brasileiro que sonha grande, que dribla a falta de oportunidade com trabalho duro e que transforma as adversidades em combustível para vencer. “A Saga Cafu” é uma aula de superação e um convite para refletir sobre como o esporte pode transformar destinos — e uma leitura obrigatória para quem acredita no poder dos sonhos.

Ficha Técnica:
A Saga Cafu: O Grande Sonho
Editora: Trend Editora (Grupo Ciranda Cultural)
Páginas: 96
Preço: R$59,90
Onde comprar: Amazon

Na vida

Técnico baiano comanda time de cidade futurista que ainda não existe na Arábia Saudita

Péricles Chamusca conquista acesso com o Neom SC e eleva projeto da megacidade que será construída até 2030

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O treinador baiano Péricles Chamusca alcançou um feito inusitado no futebol mundial: levar à elite da Arábia Saudita um time que representa uma cidade que ainda não saiu do papel. O Neom SC, clube ligado ao ambicioso projeto urbano futurista homônimo, venceu o Al-Arabi por 3 a 0 na última terça-feira e garantiu o acesso à primeira divisão saudita pela primeira vez em sua história.

Chamusca teve passagens com títulos marcantes pelo Vitória (campeão do Baianão 1995) e pelo Santo André (campeão da Copa do Brasil 2004), além de longa trajetória no Japão e no Oriente Médio, o Neom SC é uma peça estratégica do governo saudita dentro de um projeto bilionário. A cidade de Neom, planejada para ter 170 quilômetros de extensão linear, sem carros nem estradas, deve começar a sair do papel até o fim da década, com previsão de entrega parcial em 2030 e investimentos estimados em 500 bilhões de dólares — algo em torno de R$ 5 trilhões.

Péricles Chamusca já está adaptado à cultura saudita | Foto: Acervo Pessoal

Enquanto as estruturas urbanas não são erguidas no deserto, o Neom SC manda seus jogos na cidade vizinha de Tabuk. Fundado em 1965 sob o nome Al-Suqoor, o clube foi reformulado e rebatizado em 2023, passando a ser administrado pela companhia estatal que cuida do megaprojeto da cidade futurista. Desde então, o Neom SC passou a mirar alto — e com uma identidade que vai além do futebol, simbolizando uma vitrine internacional da nova Arábia Saudita.

Além do treinador soteropolitano, o elenco conta com outro nome brasileiro: o atacante Carlos Júnior, revelado pelo Atlético-MG. Na última temporada, o time também teve Romarinho, ex-Corinthians, que atualmente defende o Al Rayyan, do Catar.

Treinador trabalha no futebol da Arábia Saudita desde 2018 | Foto: Acervo Pessoal

A façanha coloca mais um marco na carreira de Chamusca, que entrou para a história do futebol brasileiro ao conquistar a Copa do Brasil de 2004 com o modesto Santo André, em pleno Maracanã, contra o Flamengo. Agora, ele lidera um projeto que une esporte, geopolítica e tecnologia — e coloca um pouco do talento baiano na vitrine do futuro.

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Na vida

Morre Francisco, o papa mais apaixonado por futebol que a Igreja já teve

Torcedor fervoroso do San Lorenzo, Francisco usou o futebol como ponte de diálogo e símbolo de humildade durante seu papado

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O Papa Francisco, nascido Jorge Mario Bergoglio, faleceu nesta segunda-feira (21), aos 88 anos, na Casa Santa Marta, no Vaticano. Primeiro pontífice latino-americano e jesuíta, seu legado vai além das reformas e do diálogo inter-religioso: Francisco foi também o papa mais ligado ao futebol que a Igreja já teve.

Desde a infância, Francisco torcia pelo San Lorenzo, clube argentino fundado por um sacerdote e profundamente enraizado na cultura popular de Buenos Aires. Seu pai, que jogava basquete pelo clube, o levava aos jogos no antigo estádio Gasómetro. Essa ligação afetiva permaneceu por toda a vida. Em 2013, ao ser eleito papa, o San Lorenzo celebrou o feito destacando que Bergoglio era sócio honorário do clube. Em diversas ocasiões, Francisco foi fotografado com a camisa do time, que hoje está exposta no museu da FIFA em Zurique.

Francisco também usava o futebol como metáfora em suas homilias e discursos, comparando a vida cristã a um jogo coletivo, onde ninguém vence sozinho. Em uma entrevista, ao ser questionado sobre quem era melhor, Messi ou Maradona, ele respondeu com diplomacia, mencionando Pelé como o maior.

Durante seu pontificado, Francisco recebeu diversos times e jogadores no Vaticano, promovendo partidas beneficentes e utilizando o esporte como ferramenta de inclusão e solidariedade. Em 2016, organizou um amistoso entre San Lorenzo e Roma para arrecadar fundos para vítimas de um terremoto na Itália.

A morte de Francisco deixa um legado de fé, humildade e amor pelo esporte. Sua paixão pelo futebol, especialmente pelo San Lorenzo, humanizou o papado e aproximou milhões de fiéis ao redor do mundo. Que siga em paz.

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Na vida

Elkeson pendura as chuteiras aos 35 e encerra carreira com títulos, gols e pioneirismo na China

Atacante foi revelado pelo Vitória e virou ídolo no futebol asiático, onde defendeu a seleção chinesa

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Aos 35 anos, Elkeson anunciou oficialmente sua aposentadoria dos gramados, encerrando uma trajetória que começou no Barradão e ganhou o mundo com gols, títulos e feitos inéditos. O jogador, natural de Coelho Neto, no Maranhão, começou sua formação nas divisões de base do Vitória em 2003 e foi promovido ao elenco principal em 2009, onde viveu seus primeiros momentos de destaque no futebol profissional.

Com a camisa rubro-negra, Elkeson conquistou dois títulos baianos (2009 e 2010) e uma Copa do Nordeste (2010), marcando 18 gols em 100 partidas oficiais. Foi o pontapé inicial de uma carreira que ainda teria muitos capítulos de relevância — inclusive fora do Brasil.

Após chamar atenção no Botafogo, onde viveu grande fase entre 2011 e 2012, o atacante seguiu para o futebol chinês, onde se transformou em um dos principais nomes da liga local. No Guangzhou Evergrande e no Shanghai SIPG, Elkeson empilhou gols, ganhou títulos nacionais e continentais e caiu nas graças da torcida, sendo considerado ídolo em ambas as equipes.

Elkeson e Uelliton comemoram gol no Ba-Vi | Foto: Felipe Oliveira / E.C. Vitória

Da base do Vitória para a seleção da China

Mas seu feito mais simbólico viria em 2019, ao se naturalizar chinês e adotar o nome Ai Kesen. Com isso, Elkeson se tornou o primeiro jogador sem ascendência chinesa a defender a seleção nacional do país asiático, escrevendo um capítulo inédito na história do futebol mundial. Em campo, foi decisivo, especialmente nas Eliminatórias da Copa do Mundo da Ásia.

A despedida foi publicada nas redes sociais, com uma mensagem de gratidão a todos que fizeram parte da caminhada: familiares, treinadores, companheiros e torcedores. “Com seu amor…”, escreveu o agora ex-atacante, encerrando o texto de forma simbólica — com reticências que parecem dizer que, mesmo fora dos gramados, a história continua viva na memória de quem o acompanhou.

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