O futebol brasileiro de 2025 está cada vez mais consolidado como um fenômeno de massas — e os estádios confirmam essa tendência. Segundo o mais recente levantamento de média de público pagante nos jogos da temporada, o Corinthians segue líder isolado, com 43,4 mil torcedores por partida. O clube paulista mantém o topo, mesmo com leve queda nos números, e é o único a superar a casa dos 40 mil de média.

A novidade do momento é a ascensão do Flamengo, que saltou da média de 30 mil para 39,3 mil torcedores por jogo, assumindo a vice-liderança. O maior exemplo dessa retomada veio na vitória por 2 a 0 sobre a LDU pela Libertadores, quando 61,2 mil pagantes estiveram no Maracanã — maior público da competição até agora.

No entanto, o que chama atenção — principalmente para o torcedor baiano — é o desempenho do Bahia, que figura em 4º lugar no ranking nacional. O Esquadrão levou 616.029 torcedores ao estádio em 19 jogos, com média de 32.423 pagantes por partida, superando gigantes como Internacional, Palmeiras e Grêmio. Em números absolutos, o clube só perde para o Corinthians, evidenciando o renascimento da conexão entre o torcedor tricolor e a Arena Fonte Nova.

O momento contrasta com a realidade do rival. O Vitória aparece apenas na 18ª posição, com 266.428 torcedores em 19 partidas e média de 14.022 por jogo — números ainda tímidos para um clube que voltou à Série A e tenta retomar protagonismo nacional. Embora o Barradão tenha sua mística, o desafio de lotá-lo regularmente permanece no radar da diretoria e da torcida rubro-negra.

Na outra ponta do levantamento, o Cruzeiro decepcionou: caiu da vice-liderança para a 8ª colocação, enquanto o Botafogo, atual campeão brasileiro e da Libertadores, finalmente entrou no top 20, com média de 12,5 mil por jogo, desbancando o Sport.

O ranking é construído a partir do boletim financeiro oficial das partidas, considerando apenas os ingressos que geraram renda. Dessa forma, o número reflete não só a presença, mas também o engajamento efetivo dos torcedores com seus clubes.

O dado mais relevante para a Bahia, no entanto, é claro: o Tricolor voltou a ser um dos grandes protagonistas do futebol brasileiro também nas arquibancadas. Em tempos de ingressos caros e estádios modernos, lotar jogo após jogo virou símbolo de força cultural e popular.

O clássico Ba-Vi número 503 da história, acontece neste domingo às 16h, na Casa de Apostas Arena Fonte Nova, e terá elementos bem distintos para Bahia e Vitória. O Tricolor, que até dez dias atrás figurava no G-6 do Brasileirão e se aproximava das oitavas da Libertadores, chega pressionado por três derrotas seguidas. Já o Rubro-Negro, que flertava com a crise, reencontrou o caminho dos bons resultados e emplacou três jogos de invencibilidade, incluindo dois triunfos decisivos na última semana.

BAHIA

Vinha em boa fase, mas despencou após perder para o Nacional (em casa e fora) pela Libertadores e para o Flamengo no Brasileirão. O desempenho em queda também refletiu na produção ofensiva: Luciano Rodríguez, um dos pilares do ataque, não marca há 13 partidas. A equipe, agora em 8º lugar, precisa vencer para não perder ainda mais fôlego na briga pelas primeiras posições.

VITÓRIA

Há poucos dias, Thiago Carpini respondia sobre risco de demissão, mas o Rubro-Negro bateu o Vasco com dois gols de Renato Kayzer — que estreou em grande estilo — e ainda voltou da Sul-Americana com vitória sobre o Cerro Largo. O time ocupa a 14ª posição, mas com apenas três pontos de diferença para o rival na tabela.

A troca de técnico no Grêmio ainda não produziu os resultados desejados. Após sete partidas sob o comando de Mano Menezes, o time conquistou apenas uma vitória, além de cinco empates e uma derrota. São 9 pontos de 21 possíveis – aproveitamento de 38%, inferior aos 47% dos sete últimos jogos de Gustavo Quinteros, que somou 10 pontos com três vitórias, um empate e três derrotas.

Os números apontam que, apesar da mudança no banco de reservas, o cenário de oscilações dentro das partidas persiste. Mano reconhece a instabilidade e aposta nas duas pausas do calendário — durante a Data Fifa, em junho, e o Mundial de Clubes em julho — para reorganizar o time. Ele também planeja aproveitar a janela de transferências que se abre no dia 10 de julho para ajustar o elenco:

“Esperamos que o Grêmio esteja bem diferente na segunda parte do campeonato”

Ao contrário de Mano, Quinteros teve pré-temporada e tempo de descanso, mas não conseguiu traduzir isso em desempenho consistente. Foi demitido após derrotas consecutivas para Flamengo e Mirassol, mesmo com a chance de treinar o time por 12 dias após o Gauchão.

Ajustes defensivos são prioridade no novo ciclo. Mano tenta corrigir o que considera um dos maiores problemas do time: a facilidade com que o Grêmio sofre gols. Sob o comando de Quinteros, a equipe foi vazada em 13 dos 20 jogos. Com Mano, embora a defesa tenha sofrido três gols a menos na mesma quantidade de partidas analisadas, o técnico ainda vê falhas graves na marcação, especialmente no meio-campo:

“A gente abre o meio desnecessariamente. A bola entrou do zagueiro direto no atacante, algo que não pode acontecer em um time de alto nível”

O novo técnico também alterou o estilo defensivo: deixou de lado a pressão alta de Quinteros e passou a adotar linhas mais baixas, com posicionamento mais conservador. Enquanto o Grêmio tenta reencontrar sua identidade, os números mostram que a troca de treinador, até o momento, ainda não foi suficiente para reverter o desempenho irregular que marcou o início da temporada.