Em busca de um novo técnico após a demissão de Fábio Carille, o Vasco da Gama sondou Thiago Carpini, atual comandante do Vitória. A abordagem, no entanto, não passou de uma consulta informal: Carpini foi consultado sobre o interesse em um novo projeto, mas deixou claro que não pretende abandonar o trabalho que constrói em Salvador.

O nome favorito da diretoria vascaína, especialmente do presidente Pedrinho, segue sendo Fernando Diniz, ex-Cruzeiro. A conversa com Carpini foi mais uma movimentação de bastidores, sem que o treinador do Vitória fosse tratado como prioridade.

Carpini, que já havia sido procurado pelo Vasco no final de 2024, reafirmou sua postura ética e profissional: disse não querer interromper o ciclo iniciado no Leão, com contrato firmado até o fim da temporada. À frente do clube baiano, o técnico acumula 64 jogos, com 27 vitórias, 18 empates e 19 derrotas — um aproveitamento de 51,6% —, sendo este o trabalho mais longevo de sua ainda jovem carreira.

O futuro de Dudu no Cruzeiro parece traçado: a rescisão de contrato deve ser apenas uma questão de tempo. Após a derrota para o Palestino, no Chile, pela Copa Sul-Americana, o atacante protagonizou episódios que minaram de vez sua permanência no clube.

Dentro do vestiário, o comportamento de Dudu foi considerado indiferente diante do revés. Leonardo Jardim, técnico da Raposa, não hesitou em afastá-lo da delegação para o jogo seguinte, contra o Vasco, pelo Campeonato Brasileiro. Em coletiva após a vitória sobre o clube carioca, Jardim reforçou que a decisão não teve relação direta com as declarações públicas do atleta, mas sim com questões internas, amplamente conhecidas por todos no elenco.

O ambiente ficou tão deteriorado que Pedro Lourenço, sócio majoritário da SAF cruzeirense, ao ser questionado por torcedores sobre a situação de Dudu, apenas gesticulou sinalizando a saída do jogador. Com contrato válido até dezembro de 2027, Dudu e seus representantes aguardam agora uma reunião com a diretoria do Cruzeiro para definir a rescisão. De acordo com o estafe do atacante, a negociação será tranquila — desde que a multa estipulada em contrato seja paga.

Nesta temporada, Dudu atuou em 17 partidas e marcou apenas dois gols. Titular durante boa parte do ano, perdeu espaço após a derrota para o Mushuc Runa no Mineirão. No confronto seguinte, contra o São Paulo, foi relegado ao banco, situação que culminou em seu desgaste com a comissão técnica.

O Vasco da Gama voltou a sacudir seu departamento de futebol na noite deste domingo ao anunciar a demissão do técnico Fábio Carille, horas após a derrota para o Cruzeiro por 1 a 0, em Uberlândia, pela sexta rodada do Campeonato Brasileiro. O presidente Pedrinho comunicou a decisão pessoalmente, em uma coletiva carregada de emoção e autocrítica, reconhecendo que a responsabilidade pela mudança é, em última instância, sua.

“Quando se demite um treinador, parece que estamos transferindo toda a responsabilidade, mas ela é minha”

O desgaste de Carille vinha se acumulando. A fraca atuação nas semifinais do Campeonato Carioca diante do Flamengo acendeu o alerta. Depois, empates pouco inspiradores na Sul-Americana e derrotas em sequência no Brasileirão — para Corinthians, Ceará e agora Cruzeiro — tornaram sua permanência insustentável. Em 21 jogos, o técnico somou nove vitórias, cinco empates e sete derrotas, com um aproveitamento de 50,7%, números que não foram suficientes para bancá-lo no cargo.

O presidente ainda explicou que Felipe Maestro, integrante da comissão permanente do Vasco, assumirá interinamente o time, já com o desafio de uma sequência desgastante de jogos e viagens. Pedrinho, porém, alertou para a realidade dura que o próximo técnico encontrará: falta de tempo para treinos, elenco ainda em formação e alta exigência imediata.

Apesar do discurso de responsabilidade e reconstrução, a terceira troca de treinador em menos de um ano expõe a dificuldade do Vasco em estabilizar seu projeto esportivo. Entre palavras de otimismo e autocrítica, o clube segue patinando no Brasileirão e se dividindo entre o sonho de um futuro competitivo e as cicatrizes de um presente ainda instável.