O Brasil está classificado para a Copa do Mundo de 2026. A vaga veio com a vitória por 1 a 0 sobre o Paraguai, na noite desta terça-feira (10), em São Paulo, pela 16ª rodada das Eliminatórias Sul-Americanas. O triunfo marca o primeiro resultado positivo da Seleção sob o comando de Carlo Ancelotti, e deixa sinais positivos no desempenho coletivo — embora ainda distantes de um time pronto para encarar os gigantes do futebol mundial.

O gol de Vini Jr., aos 43 minutos do primeiro tempo, após jogada construída por Matheus Cunha, sacramentou uma atuação consistente, ainda que com dificuldades no último terço. A equipe teve uma postura mais ofensiva e contou com ajustes táticos que aproximaram Vini do gol e deram mais liberdade ao setor criativo.

O Brasil entrou em campo com uma escalação renovada e maior mobilidade no ataque. A aposta de Ancelotti em Cunha como ponto de apoio ofensivo deu certo: o atacante do Wolverhampton foi participativo e se entendeu bem com Martinelli e Raphinha pelas pontas. Na primeira etapa, criou duas chances claras, uma desperdiçada por ele mesmo.

Do outro lado, o Paraguai adotou postura reativa, jogando no erro brasileiro e buscando saídas rápidas. Conseguiu equilibrar parte do jogo com bolas paradas e quase empatou no segundo tempo, com Júnior Alonso. Mas a superioridade brasileira se impôs com posse de bola, movimentação e paciência na construção.

Apesar da vitória, a Seleção ainda carece de mais volume ofensivo e entrosamento, especialmente nas trocas de passe perto da área. O placar poderia ter sido mais elástico, mas o time novamente desperdiçou boas chances, como a finalização mal concluída de Cunha e um lance salvo em cima da linha por Cáceres, já no segundo tempo.

No entanto, o Brasil mostrou-se mais organizado que nos empates recentes e confirmou seu favoritismo mesmo sem uma exibição exuberante. Ancelotti, enfim, venceu — e dá sinais de que a equipe começa a absorver suas ideias.

Com o resultado, o Brasil sobe para a 3ª colocação nas Eliminatórias, com 25 pontos, atrás apenas de Equador (também com 25, mas saldo superior) e da líder Argentina, com 35. O Paraguai, que jogava por um empate para ir à Copa, ainda depende de outros resultados. O próximo compromisso da Seleção será no dia 4 de setembro, contra o já eliminado Chile.

O Vitória encerra nesta quinta-feira (13) sua participação no mês de junho no Campeonato Brasileiro, diante do Cruzeiro, e já se organiza para a pausa no calendário provocada pelo Mundial de Clubes da FIFA. O clube divulgou a programação oficial do recesso e anunciou que pretende aproveitar o período para mexer no elenco — tanto com saídas quanto com a chegada de reforços.

Os jogadores entrarão de férias a partir desta sexta-feira (14), com retorno previsto para o dia 27, às 15h. Já a diretoria seguirá em atividade, conduzindo uma reformulação que deve promover mudanças significativas na equipe.

Até aqui, o Rubro-Negro já confirmou as saídas de três jogadores: o atacante Carlos Eduardo, o meia Bruno Xavier e o lateral-esquerdo Hugo. A tendência é que mais atletas deixem o Barradão nas próximas semanas — parte de um processo para oxigenar o elenco e buscar soluções para a má fase no campeonato.

A expectativa é que novos reforços sejam apresentados no dia 27, na reapresentação do grupo. Apesar disso, os registros só poderão ser feitos a partir de 10 de julho, quando se abre a janela de transferências, válida até 2 de setembro.

Carlo Ancelotti conhece como ninguém o que representa ter Raphinha como adversário: o atacante da seleção é o jogador brasileiro que mais fez gols em cima de equipes treinadas pelo técnico na história, descobriu levantamento do Bolavip Brasil. Contra o Paraguai, pelas Eliminatórias para a Copa do Mundo de 2026, treinador e jogador estarão pela primeira vez do mesmo lado. Para o alívio do treinador italiano.

São sete gols em 13 partidas. Um histórico de confrontos que começou na Premier League, quando Raphinha era atacante do Leeds enquanto Ancelotti treinava o Everton. E que ganhou realmente corpo nas últimas três temporadas, com o brasileiro no ataque do Barcelona, e o italiano à frente do arquirrival Real Madrid.

Foram dois gols em dois jogos na Inglaterra e outros cinco em 11 duelos naquele que é um dos maiores clássicos do futebol mundial. A vantagem nos confrontos é toda de Raphinha: em 13 jogos, venceu oito, contra cinco triunfos do treinador italiano.

Raphinha à frente de Adriano Imperador e Neymar

Outro atacante que deu trabalho para Carlo Ancelotti ao longo da carreira foi Adriano Imperador. Atacante da Internazionale nos tempos em que Ancelotti treinava o Milan, era mortal no maior clássico do futebol italiano. Eles também se enfrentaram quando o brasileiro defendeu a Fiorentina e o Parma. No total, foram 11 partidas e cinco gols de Adriano. Mas diferentemente do retrospecto contra Raphinha, contra Adriano, Ancelotti levou a melhor: seis vitórias do italiano, três do brasileiro, e dois empates.

Outro craque brasileiro que Ancelotti conhece muito, por já ter enfrentado muitas vezes, é Neymar. E ele também não conseguiu marcar tantos gols nos times do técnico italiano quanto Raphinha. Foram três, em dez partidas. Mas Ancelotti leva prejuízo no retrospecto contra o maior artilheiro da seleção brasileira em jogos oficiais: cinco vitórias de Neymar, dois empates e três vitórias do italiano.

O levantamento mapeou 60 atacantes e meias ofensivos brasileiros com passagens pelo futebol europeu desde a estreia de Carlo Ancelotti como treinador, à frente do Reggiana, em 1995. Vinte deles conseguiram marcar ao menos um gol sobre equipes de Ancelotti. Apenas oito, dois gols ou mais sobre um dos treinadores mais vencedores do futebol mundial.

Os jogadores brasileiros com mais gols sobre times de Carlo Ancelotti:

1 – Raphinha: 7 gols

2 – Adriano Imperador: 5 gols

3 – Gabriel Jesus: 4 gols

4 – Mancini: 3 gols

5 – Amoroso: 3 gols

6 – Neymar: 3 gols

7 – Samuel Lino: 2 gols

8 – Paulo Sérgio: 2 gols