A delegação baiana do paradesporto escolar desembarcou na tarde deste sábado em Salvador, trazendo na bagagem 11 medalhas conquistadas nas Paralimpíadas Escolares. A competição reuniu nesta semana, em São Paulo, dois mil atletas dos 26 estados brasileiros mais o Distrito Federal.
Atleta da natação e que conta com o apoio do Programa FazAtleta, Bárbara Britto, do município de Jequié, conquistou duas medalhas de ouro e duas de prata nas quatro provas que disputou. Em sua 5ª etapa nacional das Paralimpíadas Escolares, a atleta conquistou nesta edição quatro medalhas – duas de ouro e duas de prata – nas quatro provas em que competiu: 100 m costas, 100m borboleta, 50m livre e 100 livre.
Atleta Bárbara Brito – FOTOS | Wilson Militão
“Essa é minha última paralimpíada escolar, já que no próximo ano estarei com 18 anos. Nos doze anos que representei a Bahia, conquistei um total de 14 medalhas. Acredito que cumpri bem meu papel e tenho muito orgulho de ter representado meu estado ao longo de todos esses anos, e espero seguir representando em outras competições, disse Bárbara, que integra a Seleção de Brasileira Juvenil.
A sua técnica, a também atleta da paranatação Verônica Almeida, destaca a importância das Paralimpíadas Escolares. “É uma competição que fortalece muito o movimento paralímpico da Bahia e de todo o Brasil, ficando evidente o valor que tem o esporte na vida desses jovens. Dessa competição, saem os futuros atletas paralímpicos do nosso país”, enfatizou Verônica.
Davy Santos e o professo Oto Gabriel
“Retornamos a Salvador com a certeza de mais uma etapa vencida não só pelos resultados, mas, sobretudo, pelo compromisso de cada um do grupo que formou nossa delegação paralímpica escolar – estudantes atletas, professores, técnicos de instituições que atuam com PCDs e do Governo do Estado e familiares”, destacou o professor Wilson Brito, chefe da delegação da Bahia.
As Paralimpíadas Escolares são organizadas pelo Comitê Paralímpico Brasileiro (CPB). A delegação baiana viajou à capital paulista com apoio do Governo do Estado, por meio da Secretaria de Educação e da Superintendência dos Desportos do Estado da Bahia (Sudesb), autarquia da Secretaria do Trabalho, Emprego, Renda e Esporte, com apoio da Federação Baiana de Esporte Escolar (FBEE).
Também presente na delegação baiana, o diretor de Fomento ao Esporte da Sudesb, Wilton Brandão destacou a importância do torneio para o paradesporto em todo o Brasil. “Retornamos para a Bahia com o entendimento e o compromisso de fortalecer o paradesporto em nosso estado. Em parceria com a Secretaria de Educação, a Sudesb vem discutindo permanentemente as políticas de desporto escolar, e vamos intensificar essa parceria com vistas a ampliar a participação de nossos atletas paralímpicos nessa e em outras competições”, disse Wilton.
Atleta Daniel Rios
Responsável pelo Núcleo da Sudesb, Adelmare Júnior também acompanhou toda a competição na capital paulista. “Foi muito importante ver de perto mais uma vez essa competição. Assim como o diretor Wilson, retorno ainda mais empenhado em ampliar as políticas públicas do paradesporto em nosso estado. O desafio é enorme, mas com a participação e o trabalho conjunto do Estado e das instituições vamos superar os desafios e tornar mais representativo o paradesporto escolar baiano”, observa Júnior, que também é cadeirante.
Os atletas da Bahia que participaram da competição vêm de escolas públicas e privadas da capital e dos municípios de Dias D’Ávila e Jequié. Eles treinam e têm acompanhamento do Centro de Referência Paralímpico da Bahia (CTPBa), Instituto de Cegos da Bahia (ICB), Associação Jequieense de Cegos (Ajece), Fundação José Silveira (IBR – Jequié), Hospital Sarah Kubitscheck (Salvador), Instituto de Organização Neurológica da Bahia (ION) e Associação Paradesportiva do Interior da Bahia (APIB).
A Prefeitura da capital baiana assinou nesta segunda-feira (14) o termo de compromisso do Bolsa-Atleta 2025, que irá contemplar 358 atletas e paratletas de 21 modalidades — um crescimento expressivo em relação ao ciclo anterior, que teve 235 beneficiados. A cerimônia, realizada no Teatro SESC – Casa do Comércio, reuniu gestores públicos e esportistas de diferentes perfis. De modalidades olímpicas como natação, atletismo e vôlei, a práticas com forte identidade cultural e regional como jiu-jitsu, karatê e canoa polinésia.
“O Bolsa-Atleta é um trabalho fundamental que me proporcionou, como mulher cega enxadrista, mostrar o xadrez para a Bahia e para outros estados”, relatou Cláudia Lima, destaque nacional na modalidade para deficientes visuais. Já Ana Clara Santana, 16, nadadora medalhista no Troféu Sérgio Silva, foi direta: “Sem o programa, eu não viajaria de jeito nenhum”.
O programa, gerido pela Secretaria de Promoção Social, Combate à Pobreza, Esportes e Lazer (Sempre), oferece bolsas mensais que variam de R$ 300 a R$ 2 mil, divididas em categorias que contemplam desde atletas de base até representantes olímpicos, paralímpicos e surdolímpicos. O secretário Júnior Magalhães destacou que Salvador paga “uma das maiores bolsas do Brasil, maior que a de muitos estados, inclusive São Paulo”.
Além da bolsa mensal, a gestão municipal também oferece uma ajuda de custo para participação em competições nacionais e internacionais, já utilizada por mais de 500 atletas desde agosto de 2023 — com 63 deles representando Salvador fora do país. O prefeito Bruno Reis ainda anunciou que a cidade se prepara para um novo salto com a entrega da Arena Esportiva Governador Antônio Balbino, a Arena Balbinão, prevista para 2026, com capacidade para 12 mil pessoas. “Vamos trazer competições nacionais e internacionais para Salvador”, afirmou o prefeito.
Outros programas, como o Viva Esporte, que permite que empresas invistam em projetos esportivos por meio de isenção fiscal. Através do Viva Esporte, por exemplo, as empresas podem destinar até 20% do Imposto Sobre Serviços (ISS) devido ao Município para apoiar projetos esportivos. Já o Salvador Social Clube, é uma parceria com clubes sociais para atender alunos da rede pública. Os clubes ofertam atividades esportivas em troca de isenção de tributos. Aproximadamente 700 alunos da rede municipal de ensino já foram beneficiados com o programa.
O remo brasileiro testemunhou mais um capítulo da hegemonia de Renê Pereira. O baiano conquistou, neste fim de semana, o seu nono título do Campeonato Brasileiro Interclubes (CBI) de Barcos Curtos, reforçando sua condição de maior campeão da categoria e ícone do esporte paralímpico nacional. A façanha de Renê, medalhista de bronze nos Jogos de Tóquio 2020, foi alcançada com o apoio do programa Bolsa Esporte, do Governo da Bahia, e da Superintendência dos Desportos do Estado (Sudesb), que viabilizou sua participação no evento com o custeio das passagens aéreas.
“Estou feliz por mais uma conquista. Tenho como meta chegar ao décimo título, uma marca histórica. Antes de mim, o recorde era um tricampeonato”, celebrou o atleta, que segue inspirando gerações com sua trajetória de superação e excelência.
A atuação da delegação baiana no CBI também contou com outros destaques femininos. Marilene Silva conquistou a medalha de bronze na categoria sênior, confirmando o bom momento do remo baiano entre as mulheres. Já a jovem Natalie Ferreira, que também recebe o Bolsa Esporte, ficou em sexto lugar na categoria 1x Sub-23 Feminino. Embora fora do pódio, a presença na final A foi considerada um feito relevante por Adroaldo Mendonça, presidente da Federação dos Clubes de Remo da Bahia (FCRB).
“Foi a primeira vez que ela participou e já ficou entre as seis melhores. Isso é um avanço significativo. Vamos investir nela porque essa menina tem futuro”, afirmou Adroaldo, evidenciando a importância da renovação no esporte.
O desempenho da delegação reafirma o potencial do estado no remo nacional e mostra como políticas públicas de incentivo, como as da Sudesb e da Setre, fazem diferença na formação de talentos e na permanência de atletas de alto rendimento.
No Dia Mundial da Natação, comemorado nesta terça-feira (8), a Bahia teve motivos de sobra para celebrar. O estado protagonizou um verdadeiro espetáculo nas águas da Praia de Pajuçara, em Maceió, no último fim de semana, ao conquistar nada menos que 59 medalhas no 30º Campeonato Brasileiro de Águas Abertas, somado à 12ª Copa Brasil e ao 4º Troféu Marcelinha Cunha. Foram 29 ouros, 19 pratas e 11 bronzes – uma performance que reforça o protagonismo da natação baiana no cenário nacional.
A delegação contou com atletas de várias faixas etárias e categorias, revelando a profundidade do talento baiano. Um dos nomes mais festejados foi o de Lízian Simões, apoiada pelo programa FazAtleta, campeã da categoria júnior feminino nos 10km. Líder do ranking mundial júnior em 2023, ela confirmou sua evolução ao lado de Victoria Beatriz Rosario, terceira colocada na mesma prova e prata nos 5km.
Na elite masculina, Ronaldo Zambrano foi ouro na prova dos 10km no geral, enquanto Arthur Pazos, Guilherme Schubach e Nícolas Santana Azevedo também subiram ao topo do pódio em suas categorias. O desempenho impressionante rendeu ao estado destaque em praticamente todas as distâncias e categorias, incluindo atletas do infantil ao sênior.
A base sólida foi visível nos resultados de clubes como o New Ranch, campeão geral na prova de 2,5km, e o Yacht Club da Bahia, que concentrou diversos campeões dos 10km. O apoio institucional, com destaque para os programas FazAtleta e Bolsa Esporte, administrados pela Sudesb e pela Setre, tem sido decisivo para sustentar a trajetória de atletas promissores e consolidados.
Além das vitórias individuais, o que salta aos olhos é a capilaridade da natação baiana. Clubes como Acqua Center, CEPE, Lucas Oliveira, Aquarius/Gregor Mendel e até projetos sociais como o Natação em Rede também retornaram de Maceió com medalhas no peito e confiança renovada.