O jiu-jitsu baiano ganhou um novo protagonista. Lucas Moraes, faixa-preta da categoria adulto meio-pesado, conquistou o título do Fortaleza Winter, encerrado no último domingo (17), e assumiu a liderança do ranking nacional. Além da vitória na sua divisão, o atleta ainda alcançou o terceiro lugar no absoluto, confirmando sua fase dominante.

A trajetória até o topo foi construída dentro da Bahia, onde Lucas mantém sua rotina de treinos e segue invicto em torneios estaduais desde 2024. O lutador destaca a importância do apoio logístico da Sudesb (Superintendência dos Desportos do Estado da Bahia), que viabilizou sua ida à competição. “Esse suporte é essencial para que possamos representar nosso estado com garra e continuar elevando o nome da Bahia no cenário nacional”, afirmou.

O Fortaleza Winter é um dos dois únicos torneios nacionais realizados no Nordeste — o outro acontece em Salvador. Para atletas da região, trata-se de uma oportunidade rara de medir forças em alto nível sem precisar cruzar o país. A vitória, portanto, reforça não apenas a qualidade técnica de Lucas, mas também o impacto que políticas de incentivo ao esporte podem ter em carreiras individuais.

Com a nova liderança no ranking, Lucas simboliza um movimento crescente: o protagonismo de lutadores nordestinos em um circuito historicamente concentrado no eixo Sul-Sudeste. Sua campanha consistente e os resultados expressivos em diferentes categorias mostram que o jiu-jitsu da Bahia não apenas resiste, mas busca espaço de destaque nacional.

O baiano Guilherme Caribé confirma, em 2025, seu status de maior nome da natação brasileira. Especialista nos 100m livre, o velocista emplacou as três melhores marcas da carreira no ano, incluindo a conquista do ouro nos Jogos Pan-Americanos Júnior, em Assunção, com o impressionante tempo de 47s54 – resultado que superou suas próprias expectativas e consolidou seu domínio na prova mais tradicional da modalidade.

A temporada foi intensa. Poucos dias após competir no Campeonato Mundial de Esportes Aquáticos, em Singapura, Caribé chegou ao Pan Júnior mentalmente desgastado. Mas o apoio da equipe e a presença da família na arquibancada reacenderam a motivação. “Estar com o time, meus amigos e ver minha família me ajudou. Estou competindo por eles”, afirmou.

O salto de desempenho do nadador tem ligação direta com sua ida para os Estados Unidos. Treinando e estudando na Universidade do Tennessee, Caribé brilhou no NCAA, quebrou recordes brasileiros de piscina curta antes pertencentes a César Cielo e acredita que a mudança “virou a carreira de cabeça para baixo” – no bom sentido.

“Estamos chegando perto. Passo a passo a gente chega lá. Minha melhor marca é de 47s1, fiz 47s3 no Mundial e 47s5 aqui. Então estamos no caminho certo”

Com formatura prevista em 2026, o baiano planeja seguir em Knoxville até os Jogos Olímpicos de 2028, buscando atingir um tempo na casa dos 46 segundos nos 100m livre. Palavras de quem já ostenta o melhor tempo pessoal de 47s10 e mantém uma evolução constante rumo à elite mundial.

O Campeonato Brasileiro de BMX Racing 2025 terminou neste domingo (13), em Salvador, celebrando conquistas esportivas e um marco organizacional. Com 872 atletas inscritos, o evento foi o maior já realizado na região Nordeste e o segundo maior da história do país, consolidando a importância crescente da modalidade no calendário nacional.

Na elite feminina, a baiana Paola Reis fez valer o fator casa para conquistar o título, superando a também olímpica Priscilla Stevaux e reafirmando seu protagonismo na cena brasileira. Esse foi o sétimo título brasileiro de Paola.

“Ganhar em Salvador, diante da minha família, é uma emoção que não cabe em palavras”, declarou Paola.

No masculino, o destaque foi Pedro Queiroz, que venceu uma prova intensa e garantiu o bicampeonato nacional, demonstrando a solidez do trabalho realizado com o técnico Douglas Stevaux.

Além da elite, o torneio evidenciou o bom momento das categorias de base. Na Sub-23, os campeões foram Lucas Zimmermann e Julia Schuler, enquanto na Júnior brilharam Kauê de Souza Leal e Isabella Soares. O alto nível técnico reafirma que o futuro do BMX brasileiro está bem representado.

A inclusão também marcou a programação, com disputas nas categorias Challenge, Master e PCD, reunindo ciclistas de cinco a mais de 50 anos, homens e mulheres de diferentes regiões e histórias. Casos como o de Arthur Maxwell Nogueira, campeão da Master Men 30-39, que retornou ao BMX após anos dedicados ao ciclismo de estrada, emocionaram o público.

A pista Tertuliano Torres recebeu um público expressivo durante os quatro dias de evento. A torcida baiana garantiu clima de festa, mesmo debaixo de chuva. O campeonato foi realizado pela Confederação Brasileira de Ciclismo (CBC), com apoio da Federação Baiana de Ciclismo (FBC), da ABSBMX, da Prefeitura de Salvador, do Governo da Bahia e do Canal Olímpico do Brasil. O sucesso da edição fortalece a pista de Salvador como referência para o BMX Racing e projeta novos eventos nacionais na capital baiana.