Entre os dias 5 e 7 de setembro, a cidade de Mucugê será palco da 12ª edição do Desafio Mucugê de Mountain Bike, evento que já faz parte do calendário do turismo esportivo da Bahia. Com apoio da Secretaria de Turismo do Estado (Setur-BA), a competição espera atrair 700 ciclistas de todo o país e movimentar cerca de 2,5 mil visitantes na região.

Disputado em meio às trilhas e estradas vicinais da Chapada, o Desafio não é apenas uma prova esportiva, mas também uma imersão em paisagens cinematográficas e no rico patrimônio cultural do município. “É um evento motivador, que consegue aliar esporte e turismo, trazendo também familiares e amigos dos atletas para viver experiências inesquecíveis”, afirma Welliton Camandaroba, da Alto Paraguaçu Eventos, organizadora do desafio.

Com largadas e chegadas em frente ao Cemitério Bizantino, cartão-postal da cidade, os percursos — de 35 km e 150 km — valem pontos para os campeonatos baiano e brasileiro de mountain bike, divididos em 19 categorias masculinas e femininas, com ampla faixa etária. Os atletas enfrentarão um terreno técnico, com subidas íngremes, trechos de cascalho, trilhas e belíssimos cenários naturais. O secretário de Turismo da Bahia, Maurício Bacelar, destaca a força do evento na valorização de Mucugê.

“É um destino que une o patrimônio histórico, o enoturismo, belezas naturais e agora também o esporte de aventura como diferencial competitivo”.

Além do evento esportivo, os visitantes podem explorar atrações como o Museu Vivo do Garimpo, o projeto Sempre Viva, cachoeiras, rios e a tradição da Filarmônica 23 de Dezembro, que há mais de cem anos mantém viva a cultura musical local. As inscrições já estão abertas pelo site desafiomucuge.com.br.

Durante seis dias e cinco noites, a Chapada Diamantina se transformará em arena natural de uma das mais exigentes provas do esporte mundial. A partir deste domingo (4), Lençóis será o ponto de partida da Malacara Race, corrida de aventura que reúne 192 atletas de 15 países — incluindo o Brasil — em uma disputa que testa resistência, orientação e superação em um percurso de 510 quilômetros.

A competição é uma etapa classificatória do Adventure Racing World Series (ARWS), circuito mundial da modalidade. O time campeão da etapa baiana garante vaga para a final do campeonato, que acontece no Canadá, em setembro. Mais do que uma corrida, é um mergulho na geografia e nos limites do corpo e da mente, em um dos territórios mais desafiadores do Brasil.

Sem GPS, com bússola e instinto

As 56 equipes (entre quartetos e duplas, mistas e masculinas) terão de enfrentar trechos de trekking, canoagem, mountain bike, técnicas verticais e uma modalidade surpresa. E o detalhe que faz toda diferença: nada de GPS. A navegação é feita com mapa topográfico e bússola, o que exige preparo técnico, atenção constante e um domínio minucioso do ambiente.

O trajeto não é revelado com antecedência. Mas os atletas certamente cruzarão cenários icônicos como o Vale do Pati e o Morro do Pai Inácio, verdadeiros cartões-postais da Chapada. A prova resgata, depois de 23 anos, a tradição das grandes corridas de aventura na região. “Queremos recolocar o Parque Nacional da Chapada Diamantina como referência mundial para esse tipo de prova”, diz Arnaldo Maciel, diretor da Malacara Race.

A elite em casa

A Bahia entra forte na disputa, com 10 equipes locais — incluindo duplas e quartetos de Salvador, Feira de Santana, Juazeiro, Lauro de Freitas, Ibicoara e Lençóis. Destaque especial para a equipe Brazil Multisport, com sede no Capão (Vale do Capão), que tem a capitã Camila Nicolau e o navegador Guilherme Pahl. Eles são tetracampeões sul-americanos e atuais terceiros colocados no ranking mundial. Mesmo com vaga garantida para a final no Canadá, estão na disputa, o que aumenta o nível técnico da prova. Se vencerem, o segundo colocado também se classifica.

Chapada em festa

A largada e a cerimônia de abertura acontecem no sábado (3), no Mercado Cultural de Lençóis, com checagem de equipamentos, apresentação das equipes e show do artista local Ricardo Boa Sorte. A festa de encerramento será no dia 10, também em Lençóis, após a chegada das últimas equipes. A Malacara Race é apoiada pelo Governo da Bahia, por meio da Sudesb e da Secretaria de Turismo do Estado. A iniciativa reforça a importância da Chapada como destino turístico, e território de experiências esportivas de altos impactos ambientais, culturais e humanos.

Confira a programação completa:

3/5 | SÁBADO

9h – Checagem de equipamentos dos atletas ao longo do dia no Mercado Cultural de Lençóis

20h – Cerimônia de abertura e apresentação das equipes no Mercado Cultural de Lençóis, com show de Ricardo Boa Sorte.

4/5 | DOMINGO  
9h – Largada no Mercado Cultural de Lençóis.

5, 6 e 7 | SEGUNDA, TERÇA e QUARTA
Corrida em curso, passando por regiões de Lençóis, Palmeiras, Andaraí, Mucugê e Nova Redenção.

8/5 | QUINTA
0h – Previsão de chegada das primeiras equipes em Lençóis.

9/5 | SEXTA  
23h59 – Previsão de chegada dos últimos atletas e encerramento do percurso.

10/5 | SÁBADO  
19h – Cerimônia de premiação, jantar e festa de encerramento

Dupla baiana da corrida de aventura, Camila Nicolau e Guilherme Pahl, da equipe Brazil Multisport, conquistaram o tetracampeonato do Circuito Sul-americano de 2024 da modalidade, que aconteceu em Minas, no Uruguai, no último final de semana. Os dois atletas viajaram com passagens aéreas concedidas pela Superintendência dos Desportos do Estado da Bahia (Sudesb), autarquia da Secretaria do Trabalho, Emprego, Renda e Esporte (Setre), para o título conquistado neste domingo, 16.

O resultado garante a participação da equipe na final do Circuito Mundial do esporte, que acontece na Colúmbia Britânica, no Canadá, em setembro. “Temos o sonho de ter a primeira equipe brasileira campeã mundial de corrida de aventura”, conta Camila Nicolau. Outra decorrência da vitória são os importantes pontos do ranking que garantem a manutenção do time na primeira posição do ranking sul-americano e em terceiro no mundo.

Camila Nicolau reforça a importância do apoio de transporte da Sudesb para atingir os resultados. “Sem este apoio, seria inviável se manter no topo do ranking. O apoio da Sudesb/Setre é fundamental para que a equipe consiga participar dos eventos internacionais. Nossos custos são altos pois precisamos de equipamentos para quatro modalidades (corrida, bike, canoagem e cordas), além de todo o custo da viagem”, finaliza.